segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Ver, julgar e agir!

“Queremos ver Jesus, Caminho, Verdade e Vida”? (Jo 12,21b;14,6)

Nas atividades em comunidade, baseamos nossas reflexões nesta passagem do evangelho tão cheia de significados, em torno das palavras dos gregos que vêem ao encontro de Felipe desejosos de ver o Senhor.
O método aplicado para a elaboração do documento apresentado pelos comunidades da América Latina, foi o tradicional “ver, julgar e agir“.
Para nós, cristãos, estas palavras ganham ainda mais sentido, quando vemos faces, ações, condutas, gestos retratados nos programas televisivos e nos jornais.
É preciso ver a emoção que gerou o gesto da pessoa e a conduziu à ação, a intenção que moveu a pessoa à conduta. Enfim, por detrás do movimento, existe um “motor”, que impele à uma boa ou uma má ação. E qual tem sido a nossa força motriz?
Deixo aqui as palavras de
Vê-se a notícia, não os seres humanos existentes por detrás dela.
Vêem-se fatos, não a transcendência pessoal nem social que toleram.
Vê-se a corrupção, não o déficit ético e cultural que a sustenta.
Vê-se a violência, não a falta de educação no amor que a inspira.
Vê-se o vício às sensações negativas da droga, não a insatisfeita avidez de emoções positivas que a promove.
Vêem-se os direitos, não as obrigações.
Vêem-se acidentes de trânsito, não o desprezo pela vida própria e alheia que freqüentemente supõem.
Vê-se o peixe que se dá a um pobre, não a necessidade que este tem de que também lhe ensinem a pescar.
Vêem-se papéis, não os seres humanos que os exercem.
Vêem-se alunos que estudam, não pessoas que pensam e sentem.
Vêem-se crianças e jovens, não as reclamações nem as esperanças de vida.
Vêem-se enfermidades, não enfermos.
Vê-se o mal que a informação grita, não o bem que habita no silêncio.
Vêem-se efeitos, não suas causas.
Vê-se o rosto das aparências, não a alma da realidade.
O que “se vê” não é tudo o que se poderia “chegar a ver”!!

(Texto de Edgardo Sosa extraído do livro: “Lo Essencial Es Invisible a Los Ojos”, 1997. Tradução de Marisa do Nascimento Paro, Ed. Paulinas)

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