Para conquistar o exigente mercado europeu, fabricantes aprimoraram técnicas de design
A associação de artesãos do município marcou presença em feira em Paris, onde os negócios foram firmados
O antigo costume de dormir em redes, herdado dos indígenas, promete conquistar os europeus em 2009. Cerca de 80 artesãos do município de Jaguaruana — um dos maiores pólos fabricantes dessas peças no Ceará — têm perspectiva de exportar entre 10 mil e 20 mil unidades a partir de fevereiro próximo. As primeiras encomendas, inclusive, já foram até feitas. Representantes da Associação dos Fabricantes de Redes de Dormir de Jaguaruana (Asfarja) estiveram, no fim de janeiro, em uma feira em Paris (França) e já acertaram negócios para aqueles país.
Afora os franceses, outros mercados-alvo fora do País são Alemanha, Áustria e Espanha. Cada rede tem perspectiva de ser comercializada a um custo que varia entre 10 e 12 euros. Para o mercado nacional, a meta é vender 10 mil redes até este mês de fevereiro.
Para conquistar o exigente mercado do exterior, os membros da Asfarja passaram, em dezembro, por curso de capacitação. Segundo a coordenadora da equipe de design da Eita, Waleska Vianna (responsável pelas aulas), as peças confeccionadas tem como matéria-prima a chita e a tecelagem (100% natural). Durante o treinamento, os participantes puderam aprender novas técnicas de design para agregar valor à mercadoria que será embarcada para a Europa.
Os dez modelos de rede criados são exatamente os que conquistaram os franceses e que também serão expostos em outra feira, neste mês, na cidade de Frankfurt (Alemanha).
´Esperamos que o mercado internacional abra suas portas para as redes de Jaguaruana. Algumas peças têm detalhes em chita, como uma rosa, por exemplo. Outras, têm a varanda da rede mais detalhada´, explica a coordenadora da Eita.
Concorrência com chineses
No entanto, Waleska lembra que não é tão simples vender para os europeus. Há cerca de dois anos, segundo conta, os artesãos de Jaguaruana bem que tentaram, no entanto, a concorrência com redes produzidas na China, não permitiu que o negócio fosse levado adiante.
´Mesmo com qualidade inferior, o preço mais acessível da mercadoria chinesa, vendida entre 7 e 8 euros, fez com que, naquele momento, os artesãos tivessem dificuldades financeiras´, recorda a profissional de design, ressaltando que o problema não deverá mais se repetir nessa nova tentativa. Segundo ela, atualmente, os artesãos estão melhor preparados.
FONTE : diário virtual
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